segunda-feira, 22 de junho de 2009

ANTONIO LIMPA RUA















Esta historia interessante
Que agora passo a contar
É de Antonio Limpa-Rua
Que andava sem parar
Pelas ruas da cidade
Apesar de sua idade
Não deixava de andar.

Certo dia Limpa Rua
Como era conhecido
Catava papel no lixo
Era todo esquisito
Do seu lado um vira-lata
O seu verdadeiro amigo
Nunca teve inimigo.

Seus cabelos inrrolados
De estatura mediana
Uma barba lambuzada
Feito rolete de cana
Só andava fedorento
Vivia sempre ao relento
Era grande a sua fama.

Outro dia vinha Antonio
Com um saco grande nas costas
Cheio de lixo fedendo
Do seu lado uma cabrocha
Uma lapa de preta danada
Que se tornou sua amada
Companheira e devota.

Chamava-se Severina
A preta de Limpa Rua
Só vivia embriagada
Com um pé de burro no bico
O olhar um tanto atrevido
Nunca foi de dar ouvido
As pessoas do abrigo.

Quando foi verificar
A produção de papel
Limpa rua observou
Que um papel caiu do céu
Um bilhete enumerado
Tava todo enrolado
Numa folha de papel.

Limpa Rua alegrou-se!
Danou-se pra loteria
Conferiu todos os números
Ficou cheio de alegria
Levou até um porrete
Que era pra danar o cacete
Naquele que lhe seguia.

Ai, veio à confirmação!
Do bilhete premiado!
Limpa Rua ficou rico
Não é mais pobre coitado
Nunca mais vai juntar lixo
Nem andar como mendigo
Ou Todo malamanhado.

Com seu vira-lata e Severina
Limpa Rua foi embora
Ninguém sabe para onde
Sumiu como a aurora
Nunca mais vai passar fome
No relento da cidade
Onde dormia sem mora.

Autor: José Carlos Tibiriçá Pinheiro