quinta-feira, 2 de abril de 2009

UMA LUZ DE ZÉ NO SERTÃO


AI! SE SÊSSE




"O Poeta Zé da Luiz escreveu esse poema por que disseram a ele que para falar de amor era necessário um português correto".




Então ele disse:

Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse
De São Pedro não abrisse
A porta do céu e fosse
Te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse
Pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse
E as virgi toda fugisse

AS FLÔ DE PUXINANÃ


(Paródia de As "Flô de Gerematáia" de Napoleão Menezes)

Três muié ou três irmã,
Três cachôrra da mulesta,
Eu vi num dia de festa,
No lugar Puxinanã.
A mais véia, a mais ribusta
Era mermo uma tentação!
Mimosa flô do sertão
Que o povo chamava Ogusta.
A segunda, a Guléimina,
Tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
Os oiá déssa minina.
Os ói dela paricia
Duas istrêla tremendo,
Se apagando e se acendendo
Em noite de ventania.
A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
Dois cuscús de mandioca.
Dois cuscús, qui, prú capricho,
Quando ela passou pru eu,
Minhas venta se acendeu
Cum o chêro vindo dos bicho.
Eu inté, me atrapaiava,
Sem sabê das três irmã
Qui ei vi im Puxinanã,
Qual era a qui mi agradava.
Inscuiendo a minha cruz
Prá sair desse imbaraço,
Desejei, morrê nos braços,
Da dona dos dois cuscús!




Nenhum comentário:

Postar um comentário